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4 anos de "4" : o injustiçado do R&B

Pense em um álbum bem maduro, sincero, sentimental e verdadeiro. Pensaram? Pois bem, então agora estamos todos falando do incrível "4".

O álbum "4" foi o quarto álbum de estúdio de Beyoncé, mas não por coinciêndia. Pode parecer meio clichê colocar um número como nome de álbum, mas este número tem um grande significado para Beyoncé, como a própria já informou. Ela faz aniversário no dia 4 de setembro, seu marido faz aniversário no dia 4 de dezembro, sua mãe, Tina Lawson faz aniversário no dia 4 de janeiro, ela se casou com Jay Z no dia 4 de abril de 2008, Beyoncé tem uma relação forte de carinho e amizade com o presidente Barack Obama que é o 44º presidente do EUA, além de diversas outras coisas que fazem este número tão especial para a diva. Mas se o número é tão forte assim pra ela, então ele deveria trazer sorte, não é mesmo ? Bem, não necessariamente.


"4" foi o álbum de menor sucesso de toda a carreira solo de Beyoncé, seus outros antigos três álbuns venderam todos uma base de 8 milhões de cópias mundialmente, já o "4" não chegou nem aos 4 milhões, mas isso tem uma certa explicação.

O disco foi lançado em junho de 2011, em uma época que Adele estourava no mundo com o mega hit "Rolling In The Deep", assim como o estrondoso álbum "21", na mesma época Rihanna estava se firmando com uma carreira consolidada com o sucesso do álbum "Loud" e de seus singles (assim como Beyoncé se firmou com o "I Am...Sasha Fierce"). Katy Perry marcava a sua grande estreia no cenário musical com os diversos hits do famoso "Teenage Dream", Lady Gaga se tornava um grande ícone com o grande "Born This Way", e ainda outros diversos lançamentos que indiretamente interferiram no desempenho do "4". Mas vocês devem estar se perguntado, o que esses lançamentos atrapalharam no desempenho do disco ? Bem, o "4" é um álbum totalmente R&B, com grandes influências do Soul e do Funk, enquanto todos esses outros discos (exceto o "21") eram grandes álbum Pop com influência eletrônica, eram álbuns super comerciais, que obviamente conquistaria o público maior com mais facilidade, e então o que restou para Beyoncé com o seu magnifico "4" ? Restou para ela os seus milhões de fãs ao redor do mundo, que abraçaram de coração aberto o álbum mais pessoal e profundo da cantora.

O grande problema do "4" é que ele foi lançado no momento errado...

Em 2015, por exemplo, nós temos "Uptown Funk" e "See You Again" de grande influência R&B dominando as paradas de sucesso, temos álbuns de Hip-Hop como os de Drake, Nicki Minaj e Kendrick Lamar dominando a Hot 200, talvez este ano fosse o ano certo para o lançamento do disco. Só temos Taylor Swift como representante marcante do Pop em 2015, já em 2011 nós tinhamos todos aqueles outros grandes nomes.


Também podemos acrescentar o vazamento do álbum como um ponto forte no fraco desempenho do disco, ele vazou na internet 21 dias antes do lançamento oficial, o que obviamente atrapalha e muito na divulgação do mesmo, mas o culpado pelo vazamento felizmente foi preso. No ano do "4", Beyoncé engravidou, o que querendo ou não atrapalhou na divulgação correta do disco, quem não lembra da sequência de clipes que tinhamos da Beyoncé quase todo mês ? Isso por que ela precisava correr contra o tempo para poder dar a luz à nossa querida Blue com bastante calma. Álbuns comuns têm um período de quase um ano em divulgação, já o "4" não teve nem 6 meses de divulgação firme.

Apesar de todos os poréns, o álbum "4" não é um fracasso (ou flop) como muitos costumam dizer, o disco vendeu cerca de 3,5 milhões de cópias no mundo todo, coisa que poucos artistas conseguem fazer nesta década. O disco estreou no topo da Billboard 200 com 310.000 mil cópias e por lá permaneceu por duas semanas, venceu a categoria de "Melhor Álbum R&B" no Billbaord Music Awards, além de outros prêmios, que claro não se compara com os outros discos da diva.

Foram os singles do "4" que marcaram a era como um certo "fracasso", nenhum single chegou sequer ao Top 10 da Billboard Hot 100, mas podemos destacar "Best Thing I Never Had" que chegou a 16º posição na Hot 100 e #3 no UK Singles Charts. Podemos destacar também "Love On Top" que chegou a posição #20 da Hot 100 e ganhou um Grammy por "Melhor Performance Tradicional de R&B".

O álbum "4" é definitavamente um álbum injustiçado, um disco com uma sonoridade e uma mensagem muito além do que as pessoas poderiam interpretar em 2011, o disco deveria no mininmo ter sido indicado a "Melhor Álbum R&B" no Grammy Awards de 2012, mas nem isso aconteceu.


Claro que nós temos alumas coisas a reclamar sobre o disco, primeiramente, "Run The World (Girls)" nunca deveria ter entrado no disco, a música definitivamente não se encaixa no que o álbum transmite, parece que só foi colocada ali por que precisava de um single mais comercial para inicar a era mas "Love On Top" daria conta disso muito bem. "Schollin' Life" deveria ter sido single ao invez de "Countdown", assim como "I Care" deveria ter sido lançada como um single promocional, mas isso tudo são apenas detalhes que não tornam o disco nem um pouco menos magnifico do que ele ja é.

"4" não é um disco comercial, foi de longe o álbum mais arriscado de Beyoncé, até mesmo mais que o visual "BEYONCÉ". Mas como para ela o sucesso não era seu principal objetivo, a diva decidiu lançá-lo para os fãs e nós agradecemos muito a ela por isso, seria uma pena nunca poder ouvir esta verdadeira obra-prima.


No metacritic (critica especializada), o "4" é considerado o segundo melhor disco de Beyoncé com 73 pontos, mas nós da equipe Queen B prefirimos considerá-lo o melhor disco da diva, e pontuamos ele com merecidissimos 95 pontos.


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